quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Cura de Schopenhauer

Livro: A cura de Schopenhauer, Irvin D. Yalom,
Edihouro, 327 páginas.

"Philip pareceu não entender a ironia de Pam e respondeu com calma e sinceridade. - Foi muito mais. Schopenhauer me fez ver que estamos condenados a girar sempre na roda da vontade: desejamos uma coisa, conseguimos, desfrutamos um instante de satisfação que logo passa a tédio e seguimos para o próximo "eu quero". O desejo não acaba, seria preciso pular da roda da vontade. Foi o que fez Schopenhauer e o que eu fiz."

Olá comedor de batatas! Apesar da longa ausência do blog estou aqui para fazer valer a regra,: "livro lido é livro resenhado!" Sim, sim... passei um longo período de vácuo literário, lendo essencialmente o preciso para avançar no território das ciências jurídicas. Eis que então em meio ao meu desespero típico de fim de período(com mil coisas para ler, provas e reposições a fazer), senti-me um tanto quanto vazio... Faltava-me um bom livro para aliviar a tensão das provas. Bem, não tinha saco nem dinheiro sobrando pra ir numa boa livraria comprar um título novo, acabei dando uma chance aquele livrinho que fica esquecido na estante, provavelmente dado por alguém, que despertou em você aquele preconceito suficientemente relevante para bani-lo de seus planos. Acho que fiz com a obra o que o mundo e (ele mesmo) fez com Shopenhauer, filósofo cujo idéias norteiam o romance em questão. Enfim, estava enganado! Tive uma grata surpresa com o livro, ele me deu mais foco nos estudos e me ajudou a repensar determinadas atitudes minhas. Vale a leitura!
Segue resenha retirada da internet(pois estou sem tempo de fazê-la)

"Viver é sofrer." É o modo como Arthur Schopenhauer filósofo do século XIX conhecido por suas idéias pessimistas em relação ao sentido da vida, encontrou para dizer que os relacionamentos e os desejos só levam à dor e ao tédio. A salvação para o sofrimento humano, causado pela existência, é renunciar ao mundo, tornando-se assim verdadeiramente livre.

Para a personagem Julius Hertzfeld, psiquiatra renomado e ferrenho defensor da terapia em grupo, a salvação só pode ser atingida quando se constrói relacionamentos sólidos, baseados no amor e na compreensão das diferenças e dos limites de cada um. A notícia de que tem um câncer incurável não é o bastante para lhe tirar a vontade de ajudar as pessoas a encontrarem esse caminho.

Ao fazer uma avaliação de sua longa carreira como psicoterapeuta, Julius decide procurar seu maior fracasso - um antigo paciente chamado Philip Slate, viciado em sexo e que diz que curou-se seguindo as doutrinas de Schopenhauer - e o convida a participar do seu grupo de terapia. A presença de Pam uma ex-conquista de Philip, que o odeia pela frieza com que foi descartada no passado, obriga-o a encarar seu atos e desencadeia conflitos entre os pacientes e acirradas discussões filosóficas com Julius.

“A Cura de Schopenhauer” é o relato comovente de personagens demasiadamente humanos, que no processo da terapia em grupo desnudam suas mentes e seus corações, tornando-se mais reais do que a própria realidade.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Livro: O Dia do Curinga,Jostein Gaarder ,
Cia. das Letras, 378 páginas.


“Um curinga é um pequeno bobo da corte; uma figura diferente de todas as outras. Não é de paus, nem de espadas. Não é oito, nem nove, nem rei e nem valete. É um caso à parte; uma carta sem relação com as outras. Ele está no mesmo monte das outras cartas, mas aquele não é seu lugar… uma espécie de curinga: alguém que sempre acreditou ver coisas estranhas, que os olhos dos outros não viam.”


Deu pra sentir o cheirinho de filosofia?! Antes de escrever a renomada obra "O mundo de Sofia", Gaarder escreveu um dos livros que constariam facilmente na lista dos melhores que já li, pra mim O Dia do Coringa chega a ser superior a mais famosa obra do autor.
Com um enredo que tem requintes de conto de fadas, O Dia do Coringa é uma ótima pedida para inciantes em filosofia(como eu). É bem escrito e dotado de uma trama fantástica; repleto de enigmas, mistério e fantasia
, tudo isso de forma leve e agradável.
O livro conta a história do garoto norueguês Hans-Thomas, que, com seu pai, parte de sua terra natal para a terra dos filósofos — a Grécia — em busca da mãe que o abandonou oito anos antes para “encontrar a si mesma”. O pai de Hans-Thomas, um filósofo amador que aprecia excessivamente a bebida e coleciona curingas de baralho, aproveita a ocasião para introduzir o filho nos rudimentos dessa ciência. Na viagem, passando por uma pequena vila nos Alpes, o garoto recebe um minúsculo livro e uma providencial lupa que permite que ele leia o conteúdo do livro. A estória contada pelo livro vai se revelar fundamental para o garoto, relacionando-se com sua vida e viagem. O autor constrói a partir daí uma boa aventura que pula entre a viagem de Hans-Thomas e a narrativa do livro que lhe foi dado até a conclusão conjunta das duas, lidando com temas como destino e existência. O livro é dividido em 53 capítulos — um para cada carta do baralho e mais um para o curinga — que rendem uma boa diversão.


"Como todos os curingas-seja nas grandes, seja nas pequenas paciências- precisamos dizer às pessoas que este mundo é uma aventura incrível. Sabemos que não é fácil abrir os olhos das pessoas para que elas vejam o quanto é imenso e imperscrutável este nosso mundo"
"A velha Atenas teve Sócrates; Arendal tinha meu pai e eu, se é que posso dizer isso.E na certa também houve, há e haverá curingas em outros lugares e em outros tempos, mesmo que nós não sejamos tantos assim"

Será você também um Curinga?




Ps1 - Sei que faz tempo que nao escrevo mas livro lido é livro resenhado, tenho dito.
Ps2- Vou tentar ler mais,consequentemente resenhar mais e atualizar mais!
Ps3- Tentarei escrever novos textos embora ache que depois de todo esse tempo vendo batatas para as paredes =X


quarta-feira, 6 de maio de 2009

De volta!

Domingo, habemus texto!

sexta-feira, 27 de março de 2009

O Jogo do Anjo


Livro: O Jogo do Anjo, Carlos Ruiz Zafón,
Suma de Letras, 410 páginas.



Tive e continuo tendo medo de ser injusto com O jogo do anjo, a espectativa que eu tinha em torno dele era ENORME. Afinal,o Zafón tinha sido único em seu último livro. O ínicio me empolgou bastante, o enredo inclusive mais atraente do que a Sombra do Vento, porém do meio pro final achei que ele se perdeu em meio a intertextualidade que ele queria fazer com sua obra anterior e nos detalhes que rodeavam a história, ficaram faltando várias arestas a serem aparadas. Apesar disso, o fim enigmático me intrigou bastante e o livro possui um dos personagens mais bem escritos que já conheci. O Andreas Corelli é a graça do romance(o David um protagonista insosso), li algumas interpretações e muitas indicam que ele é o próprio Lúcifer, embora para mim isso não tenha ficado claro. O fato é que a atmosfera sombria atrelada a lucidez de suas falas fazem você temê-lo e ao mesmo tempo admirá-lo.(Não comedor, não sou adorador do Demo heehe, mas quem leu sabe bem do que estou falando). Outra coisa legal é que você fica por dentro de alguns pormenores interessantes sobre a família Sempere e sua fascinante livraria, tão conhecida pelos fãs da Sombra do Vento. Segue pequeno resumo do enredo:
David Martín é precisamente a personagem principal desta narrativa. Começou a trabalhar muito cedo no jornal La Voz de la Industria após a morte do pai e depressa chegou a colunista do mesmo. Sob o pseudónimo Ignatius B. Samson escreve "A Cidade dos Malditos" e em nome próprio "Os Passos do Céu". Depois de escritas essas obras, surge na trama a figura misteriosa de Andreas Correlli que lhe paga uma avultada soma de dinheiro para escrever um livro para ele. É a partir desse momento que começam a surgir uma série de acontecimentos bizarros e inexplicáveis que fazem com que a história entre por caminhos que não estavam previstos.

Alguns trechos legais:


"- É da nossa natureza sobreviver. A fé é uma resposta instintiva a aspectos da existência que não podemos explicar de outro modo, seja o vazio moral que percebemos no universo, a certeza da morte, a própria origem das coisas, o sentido da nossa vida ou a ausência dele. São aspectos elementares e de extrema simplicidade, mas as nossas limitações impedem-nos de responder de modo inequívoco a essas perguntas e por isso geramos, como defesa, uma resposta emocional. É simples e pura biologia." Corelli

"A pessos que a gente pensa que vê nada mais é que um personagem oco, a verdade se esconde sempre na ficção" -David

"O sr. Sempere acreditava que todos fazíamos parte de algo e que ao deixar esse mundo, nossas lembranças e nossos desejos não se perdiam, mas passavam a ser lembranças e desejos de quem viesse a ocupar nosso lugar"

"Enquanto restar uma só pessoa no mundo capaz de lê-los e vivê-los, haverá um pedaço de Deus ou de vida"

"Quando nos sentimos ameaçados, a inveja, a cobiça ou o ressentimento que nos movem se tornam santificados, pois nos convencemos de estar agindo em defesa própria..." -Corelli



"E A inveja é a religião dos medíocres. Ela os reconforta, responde às angústias que os devoram por dentro. Em última análise, apodrece suas almas, permitindo que justifiquem sua própia mesquinhez e cobiça, até o ponto de pensarem que são virtudes e que as portas do céus e abrirão para os infelizes como eles que passam pela vida sem deixar outro rastro senão suas toscas tentativas de depreciar os demais, de excluir e se possivel, destruir quem, pelo mero fato de existir, coloca em evidência sua pobreza de espírito, de mente e de valores. Bem-aventurado aquele para quem os cretinos ladram, pois sua alma nunca lhes pertencerá."

"Um intelectual é alguém que, de hábito, não se distingue exatamente por seu intelecto - sentenciou Corelli. - Atribui tal qualitativo a si mesmo para compensar a impotência natural que intui em suas capacidade. É aquele e certissímo ditado: Diga-me do que se vangloria e eu lhe direi do que careces. É o pão de cada dia. O incopetente sempre se apresenta como capaz. O cruel, como piedoso. O pecador como santo. O avarento, como generoso. O mesquinho, como patriota. O arrogante, como humilde. O vulgar, como elegante. E o tolo, como intelectual. Mais uma vez, tudo obra da natureza, que longe de ser a figura delicada que os poetas cantam é uma mãe cruel e voraz que se alimenta das criaturas que vai parindo para poder continuar viva." Andreas Corelli






terça-feira, 17 de março de 2009

A Cabana




Livro: A Cabana, William P. Young,
Sextante,2008, 232páginas


Vinha fugindo desse livro há um tempo. Por que? Ele é deísta. E não, não sou aqueles ceticos chatos... pelo contrário, tenho uma razoável formação religiosa, o problema é: Ando em crise profunda com ela, em termos mais diretos, estou brigado com Deus. heheehe
O livro é mesmo quase uma autoajuda, só não classifico como tal porque ele foge da definição clássica, ele não tem como objetivo mudar sua relação consigo e com o mundo e torná-lo independente. Deixemos o próprio autor explicar:

“Será que liberdade significa que você tem permissão para fazer o que quer?
.... Existem as doenças de sua alma que o inibem e amarram, as influencias sociais externas, os hábitos que criaram elos e caminhos sinápticos no seu cérebro. E há os anúncios, as propagandas e os paradigmas. Diante dessa confluência de inibidores multifacetados – ela suspirou – o que é de fato liberdade?”
- A cabana

No posfácio o autor pede que ao falar do livro, que não focasse no enredo e sim na "transformação" que ele causou na sua vida. Bom, vou seguir a vontade dele até porque eu achei simples a trama, não é o foco da obra e sim a reflexão que ela causa. Posso dizer que o livro trouxe a tona muitos valores que estavam guardados no íntimo do meu ser. Se eles vão voltar a revigorar na minha vida? Não sei, alguns(como o amor irrestrito e a confiança cega) encontraram forte resistência em meu atual jeito de pensar. Mas é fato que o livro mexeu comigo(mesmo contra a minha vontade, queria provar que ele apenas foi feito para vender, para lucrar em cima do sofrimento dos outros).
Pois
se algum dia você se questionou com Deus sobre assuntos como: a morte de inocentes, falta de amor, compreensão, por que acontecem coisas ruins a pessoas boas(principalmente quando você é a pessoa em questão), prepare-se para acertar as contas com Ele também. Eu ainda estou acertando, acho que será preciso A Cabana 2. =X
Ironias a parte, é um livro legal, confesso que achei que ia me decepcionar com ele, já que usualmente o número 1 da lista de bestsellers tem muito confete e pouco conteúdo... A Cabana, no entanto, consegue, dentro do seu objetivo, cumprir seu papel. Acho que o Young ta satisfeito.



domingo, 8 de março de 2009

O menino do pijama listrado






Livro: O menino do pijama listrado, John Boyne,
Cia. das Letras,2009, 186 páginas






"É muito difícil descrever a história de O menino do pijama listrado. Normalemente, o texto de orelha traz alguma dica sobre o livro, alguma informação, mas nesse caso acreditamos que isso poderia prejudicar sua leitura, e talvez seja melhor realiza-la sem que você saiba nada sobre a trama. Caso você começe a lê-lo embarcará em uma jornada ao lado de um garoto de nove anos chamado Bruno(embora este livro nao seja recomendado a garotos de nove anos), e cedo ou tarde chegará com Bruno a uma cerca. Cercas como essa existem no mundo todo. Esperamos que você nunca se depare com uma delas."

Este é o texto da orelha do livro, e realmente, não há muito a ser dito. Não por pobreza de enredo, mas pelo imenso silêncio que o livro provoca ao virar da última folha. Sei que o tema é super explorado(inclusive o ùltimo livro que li trata do mesmo), mas sinceramente, não tem como não ficar pensativo. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
No mais... leia... e fique em silêncio

sábado, 7 de março de 2009

O Leitor





Livro: O Leitor, Bernhard Schlink,
Record, 2009,239 páginas




Felizmente antes de assistir ao filme O Leitor, que recentemente rendeu(e de forma merecida) o Oscar de melhor atriz a Kate Winslet, fiquei sabendo que o mesmo era baseado num livro de mesmo nome, como sou chato(haaahaha) procurei ler a obra antes de ver a película, que estranhamente não ficou muito(veja bem não ficou muito) atrás do livro.
O enredo tem como tema o batidissimo holocausto, mas Schlink arrisca neste seu romance aborda-lo de uma forma original e parece consegui-lo com sucesso. Até que ponto somos ou não responsáveis pelas nossas ações, numa situação crítica, sujeitos a ordens que não podem ser desobedecidas? Qual a responsabilidade e qual o papel da geração dos filhos das pessoas que, direta ou indiretamente, sobretudo indiretamente, participaram no Holocausto? O livro é inovador nesse aspecto, trazendo a tona a "vergonha alemã".
Ao abordar a paixão de Hanna Schmitz, que foi guarda do campo de concentração de Auschwitz, e Michael Berg, um jovem estudante de Direito, Schlink propõe um dramático ziguezague temporal: entre a década de 50 e os últimos anos do século XX, são os traumas da história da Alemanha (e da Europa) que regressam através de uma intriga que tem também dimensão de tragédia amorosa.
O livro trata de alguns dilemas morais interessantes, Tenho eu o direito ou o dever de revelar algo sobre uma outra pessoa, que pode reduzir sua pena ou até mesmo salvar sua vida, quando essa pessoa se recusa a fazê-lo ela mesma, por considerar o objeto da revelação vexatório? Tenho eu o direito ou o dever de agir no que presumo ser o melhor interesse da pessoa, quando ela própria acha que seu melhor interesse é preservar o segredo e a privacidade de uma condição que considera vergonhosa? Crimes, como os descritos, podem vir a ser expiados ou perdoados e produzir redenção ou reconciliação? Ou é tarefa das vítimas, e seus herdeiros, garantir que até o último culpado recebe sua justa punição?
As sociedades gostam de imaginar que operam com base em princípios morais, mas isso não é verdade: elas operam com base na "lei.Agora, se a lei prescreve comportamentos que são considerados imorais, o que faz a pessoa simples, que quer apenas desempenhar bem o seu trabalho, que não é intelectual, que não filosofa? Hanna Schmitz, mesmo em seu julgamento, em 1966, ainda está perfeitamente convencida de que seu trabalho era guardar as prisioneiras, evitar que fugissem.Como poderia ela abrir a porta da capela para deixá-las escapar do fogo, sim, mas também da custódia em que se encontravam? Ela participou dos crimes nazistas porque “era o trabalho dela” e ela acreditava ser seu dever fazer o seu trabalho bem feito, porque seus chefes estavam no poder legalmente, tinham a autoridade de lhe dizer o que deveria fazer e tinham o direito de esperar que ela fizesse o que lhe era ordenado.
Hanna, apesar de ser descrita por suas vítimas, ou por aqueles que as representam, como um monstro, não é uma pessoa má, ela é uma pessoa simples, que acha que tem de cumprir com o seu dever e fazer, da melhor forma possível, o que os seus chefes lhe ordenam e esperam dela.Quanta gente não pensa do mesmo jeito, e só não comete crimes, pequenos ou horrendos, porque seus chefes nunca lhes pediram que fizesse algo moralmente errado?
Ao separarmos a lei da moralidade, e afirmarmos que, no mundo sócio-político, vale a lei, não a moralidade, nos curvamos ao cinismo daqueles que afirmam, ao ser flagrados em falcatruas de todo tipo, que seu comportamento ficou dentro dos limites da lei. E não é só de falcatruas financeiras que se trata: afinal de contas, Hanna Schmitz agiu dentro dos ditames da lei e, por causa disso, trezentas mulheres inocentes morreram.
A questão do analfabetismo de uma pessoa adulta, mesmo numa sociedade desenvolvida como a Alemanha da época da Segunda Guerra, embora central para a trama, parece ocupar um lugar claramente secundário diante dessas outras grandes questões.
Não sou um expert em literatura alemã(para falar a verdade, em literatura nenhuma), mas parece-me que depois de O Perfume(Suskind, ja resenhado aqui no blog), esse foi o grande livro alemão dos últimos tempos.
Termino com a reflexão que basicamente fecha o livro: Quando, em seu último encontro, Michael pergunta a Hanna se ela tem pensado muito sobre o passado, ela lhe pergunta: sobre o nosso passado? Ele diz que não: sobre o passado em geral. Ela lhe responde: "Não importa o que eu penso. Não importa o que eu sinto. Os mortos continuam mortos”.Isso é verdade: os mortos continuam mortos. Mas o resto não é verdade: o que pensamos e o que sentimos importa. E lendo livros como esse, somos forçados a pensar e a sentir. E se pensarmos e sentirmos, provavelmente corremos menor risco de cometer erros morais e mesmo crimes por estarmos vivendo e agindo em piloto automático.