segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Livro: O Dia do Curinga,Jostein Gaarder ,
Cia. das Letras, 378 páginas.


“Um curinga é um pequeno bobo da corte; uma figura diferente de todas as outras. Não é de paus, nem de espadas. Não é oito, nem nove, nem rei e nem valete. É um caso à parte; uma carta sem relação com as outras. Ele está no mesmo monte das outras cartas, mas aquele não é seu lugar… uma espécie de curinga: alguém que sempre acreditou ver coisas estranhas, que os olhos dos outros não viam.”


Deu pra sentir o cheirinho de filosofia?! Antes de escrever a renomada obra "O mundo de Sofia", Gaarder escreveu um dos livros que constariam facilmente na lista dos melhores que já li, pra mim O Dia do Coringa chega a ser superior a mais famosa obra do autor.
Com um enredo que tem requintes de conto de fadas, O Dia do Coringa é uma ótima pedida para inciantes em filosofia(como eu). É bem escrito e dotado de uma trama fantástica; repleto de enigmas, mistério e fantasia
, tudo isso de forma leve e agradável.
O livro conta a história do garoto norueguês Hans-Thomas, que, com seu pai, parte de sua terra natal para a terra dos filósofos — a Grécia — em busca da mãe que o abandonou oito anos antes para “encontrar a si mesma”. O pai de Hans-Thomas, um filósofo amador que aprecia excessivamente a bebida e coleciona curingas de baralho, aproveita a ocasião para introduzir o filho nos rudimentos dessa ciência. Na viagem, passando por uma pequena vila nos Alpes, o garoto recebe um minúsculo livro e uma providencial lupa que permite que ele leia o conteúdo do livro. A estória contada pelo livro vai se revelar fundamental para o garoto, relacionando-se com sua vida e viagem. O autor constrói a partir daí uma boa aventura que pula entre a viagem de Hans-Thomas e a narrativa do livro que lhe foi dado até a conclusão conjunta das duas, lidando com temas como destino e existência. O livro é dividido em 53 capítulos — um para cada carta do baralho e mais um para o curinga — que rendem uma boa diversão.


"Como todos os curingas-seja nas grandes, seja nas pequenas paciências- precisamos dizer às pessoas que este mundo é uma aventura incrível. Sabemos que não é fácil abrir os olhos das pessoas para que elas vejam o quanto é imenso e imperscrutável este nosso mundo"
"A velha Atenas teve Sócrates; Arendal tinha meu pai e eu, se é que posso dizer isso.E na certa também houve, há e haverá curingas em outros lugares e em outros tempos, mesmo que nós não sejamos tantos assim"

Será você também um Curinga?




Ps1 - Sei que faz tempo que nao escrevo mas livro lido é livro resenhado, tenho dito.
Ps2- Vou tentar ler mais,consequentemente resenhar mais e atualizar mais!
Ps3- Tentarei escrever novos textos embora ache que depois de todo esse tempo vendo batatas para as paredes =X


quarta-feira, 6 de maio de 2009

De volta!

Domingo, habemus texto!

sexta-feira, 27 de março de 2009

O Jogo do Anjo


Livro: O Jogo do Anjo, Carlos Ruiz Zafón,
Suma de Letras, 410 páginas.



Tive e continuo tendo medo de ser injusto com O jogo do anjo, a espectativa que eu tinha em torno dele era ENORME. Afinal,o Zafón tinha sido único em seu último livro. O ínicio me empolgou bastante, o enredo inclusive mais atraente do que a Sombra do Vento, porém do meio pro final achei que ele se perdeu em meio a intertextualidade que ele queria fazer com sua obra anterior e nos detalhes que rodeavam a história, ficaram faltando várias arestas a serem aparadas. Apesar disso, o fim enigmático me intrigou bastante e o livro possui um dos personagens mais bem escritos que já conheci. O Andreas Corelli é a graça do romance(o David um protagonista insosso), li algumas interpretações e muitas indicam que ele é o próprio Lúcifer, embora para mim isso não tenha ficado claro. O fato é que a atmosfera sombria atrelada a lucidez de suas falas fazem você temê-lo e ao mesmo tempo admirá-lo.(Não comedor, não sou adorador do Demo heehe, mas quem leu sabe bem do que estou falando). Outra coisa legal é que você fica por dentro de alguns pormenores interessantes sobre a família Sempere e sua fascinante livraria, tão conhecida pelos fãs da Sombra do Vento. Segue pequeno resumo do enredo:
David Martín é precisamente a personagem principal desta narrativa. Começou a trabalhar muito cedo no jornal La Voz de la Industria após a morte do pai e depressa chegou a colunista do mesmo. Sob o pseudónimo Ignatius B. Samson escreve "A Cidade dos Malditos" e em nome próprio "Os Passos do Céu". Depois de escritas essas obras, surge na trama a figura misteriosa de Andreas Correlli que lhe paga uma avultada soma de dinheiro para escrever um livro para ele. É a partir desse momento que começam a surgir uma série de acontecimentos bizarros e inexplicáveis que fazem com que a história entre por caminhos que não estavam previstos.

Alguns trechos legais:


"- É da nossa natureza sobreviver. A fé é uma resposta instintiva a aspectos da existência que não podemos explicar de outro modo, seja o vazio moral que percebemos no universo, a certeza da morte, a própria origem das coisas, o sentido da nossa vida ou a ausência dele. São aspectos elementares e de extrema simplicidade, mas as nossas limitações impedem-nos de responder de modo inequívoco a essas perguntas e por isso geramos, como defesa, uma resposta emocional. É simples e pura biologia." Corelli

"A pessos que a gente pensa que vê nada mais é que um personagem oco, a verdade se esconde sempre na ficção" -David

"O sr. Sempere acreditava que todos fazíamos parte de algo e que ao deixar esse mundo, nossas lembranças e nossos desejos não se perdiam, mas passavam a ser lembranças e desejos de quem viesse a ocupar nosso lugar"

"Enquanto restar uma só pessoa no mundo capaz de lê-los e vivê-los, haverá um pedaço de Deus ou de vida"

"Quando nos sentimos ameaçados, a inveja, a cobiça ou o ressentimento que nos movem se tornam santificados, pois nos convencemos de estar agindo em defesa própria..." -Corelli



"E A inveja é a religião dos medíocres. Ela os reconforta, responde às angústias que os devoram por dentro. Em última análise, apodrece suas almas, permitindo que justifiquem sua própia mesquinhez e cobiça, até o ponto de pensarem que são virtudes e que as portas do céus e abrirão para os infelizes como eles que passam pela vida sem deixar outro rastro senão suas toscas tentativas de depreciar os demais, de excluir e se possivel, destruir quem, pelo mero fato de existir, coloca em evidência sua pobreza de espírito, de mente e de valores. Bem-aventurado aquele para quem os cretinos ladram, pois sua alma nunca lhes pertencerá."

"Um intelectual é alguém que, de hábito, não se distingue exatamente por seu intelecto - sentenciou Corelli. - Atribui tal qualitativo a si mesmo para compensar a impotência natural que intui em suas capacidade. É aquele e certissímo ditado: Diga-me do que se vangloria e eu lhe direi do que careces. É o pão de cada dia. O incopetente sempre se apresenta como capaz. O cruel, como piedoso. O pecador como santo. O avarento, como generoso. O mesquinho, como patriota. O arrogante, como humilde. O vulgar, como elegante. E o tolo, como intelectual. Mais uma vez, tudo obra da natureza, que longe de ser a figura delicada que os poetas cantam é uma mãe cruel e voraz que se alimenta das criaturas que vai parindo para poder continuar viva." Andreas Corelli






terça-feira, 17 de março de 2009

A Cabana




Livro: A Cabana, William P. Young,
Sextante,2008, 232páginas


Vinha fugindo desse livro há um tempo. Por que? Ele é deísta. E não, não sou aqueles ceticos chatos... pelo contrário, tenho uma razoável formação religiosa, o problema é: Ando em crise profunda com ela, em termos mais diretos, estou brigado com Deus. heheehe
O livro é mesmo quase uma autoajuda, só não classifico como tal porque ele foge da definição clássica, ele não tem como objetivo mudar sua relação consigo e com o mundo e torná-lo independente. Deixemos o próprio autor explicar:

“Será que liberdade significa que você tem permissão para fazer o que quer?
.... Existem as doenças de sua alma que o inibem e amarram, as influencias sociais externas, os hábitos que criaram elos e caminhos sinápticos no seu cérebro. E há os anúncios, as propagandas e os paradigmas. Diante dessa confluência de inibidores multifacetados – ela suspirou – o que é de fato liberdade?”
- A cabana

No posfácio o autor pede que ao falar do livro, que não focasse no enredo e sim na "transformação" que ele causou na sua vida. Bom, vou seguir a vontade dele até porque eu achei simples a trama, não é o foco da obra e sim a reflexão que ela causa. Posso dizer que o livro trouxe a tona muitos valores que estavam guardados no íntimo do meu ser. Se eles vão voltar a revigorar na minha vida? Não sei, alguns(como o amor irrestrito e a confiança cega) encontraram forte resistência em meu atual jeito de pensar. Mas é fato que o livro mexeu comigo(mesmo contra a minha vontade, queria provar que ele apenas foi feito para vender, para lucrar em cima do sofrimento dos outros).
Pois
se algum dia você se questionou com Deus sobre assuntos como: a morte de inocentes, falta de amor, compreensão, por que acontecem coisas ruins a pessoas boas(principalmente quando você é a pessoa em questão), prepare-se para acertar as contas com Ele também. Eu ainda estou acertando, acho que será preciso A Cabana 2. =X
Ironias a parte, é um livro legal, confesso que achei que ia me decepcionar com ele, já que usualmente o número 1 da lista de bestsellers tem muito confete e pouco conteúdo... A Cabana, no entanto, consegue, dentro do seu objetivo, cumprir seu papel. Acho que o Young ta satisfeito.



domingo, 8 de março de 2009

O menino do pijama listrado






Livro: O menino do pijama listrado, John Boyne,
Cia. das Letras,2009, 186 páginas






"É muito difícil descrever a história de O menino do pijama listrado. Normalemente, o texto de orelha traz alguma dica sobre o livro, alguma informação, mas nesse caso acreditamos que isso poderia prejudicar sua leitura, e talvez seja melhor realiza-la sem que você saiba nada sobre a trama. Caso você começe a lê-lo embarcará em uma jornada ao lado de um garoto de nove anos chamado Bruno(embora este livro nao seja recomendado a garotos de nove anos), e cedo ou tarde chegará com Bruno a uma cerca. Cercas como essa existem no mundo todo. Esperamos que você nunca se depare com uma delas."

Este é o texto da orelha do livro, e realmente, não há muito a ser dito. Não por pobreza de enredo, mas pelo imenso silêncio que o livro provoca ao virar da última folha. Sei que o tema é super explorado(inclusive o ùltimo livro que li trata do mesmo), mas sinceramente, não tem como não ficar pensativo. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
No mais... leia... e fique em silêncio

sábado, 7 de março de 2009

O Leitor





Livro: O Leitor, Bernhard Schlink,
Record, 2009,239 páginas




Felizmente antes de assistir ao filme O Leitor, que recentemente rendeu(e de forma merecida) o Oscar de melhor atriz a Kate Winslet, fiquei sabendo que o mesmo era baseado num livro de mesmo nome, como sou chato(haaahaha) procurei ler a obra antes de ver a película, que estranhamente não ficou muito(veja bem não ficou muito) atrás do livro.
O enredo tem como tema o batidissimo holocausto, mas Schlink arrisca neste seu romance aborda-lo de uma forma original e parece consegui-lo com sucesso. Até que ponto somos ou não responsáveis pelas nossas ações, numa situação crítica, sujeitos a ordens que não podem ser desobedecidas? Qual a responsabilidade e qual o papel da geração dos filhos das pessoas que, direta ou indiretamente, sobretudo indiretamente, participaram no Holocausto? O livro é inovador nesse aspecto, trazendo a tona a "vergonha alemã".
Ao abordar a paixão de Hanna Schmitz, que foi guarda do campo de concentração de Auschwitz, e Michael Berg, um jovem estudante de Direito, Schlink propõe um dramático ziguezague temporal: entre a década de 50 e os últimos anos do século XX, são os traumas da história da Alemanha (e da Europa) que regressam através de uma intriga que tem também dimensão de tragédia amorosa.
O livro trata de alguns dilemas morais interessantes, Tenho eu o direito ou o dever de revelar algo sobre uma outra pessoa, que pode reduzir sua pena ou até mesmo salvar sua vida, quando essa pessoa se recusa a fazê-lo ela mesma, por considerar o objeto da revelação vexatório? Tenho eu o direito ou o dever de agir no que presumo ser o melhor interesse da pessoa, quando ela própria acha que seu melhor interesse é preservar o segredo e a privacidade de uma condição que considera vergonhosa? Crimes, como os descritos, podem vir a ser expiados ou perdoados e produzir redenção ou reconciliação? Ou é tarefa das vítimas, e seus herdeiros, garantir que até o último culpado recebe sua justa punição?
As sociedades gostam de imaginar que operam com base em princípios morais, mas isso não é verdade: elas operam com base na "lei.Agora, se a lei prescreve comportamentos que são considerados imorais, o que faz a pessoa simples, que quer apenas desempenhar bem o seu trabalho, que não é intelectual, que não filosofa? Hanna Schmitz, mesmo em seu julgamento, em 1966, ainda está perfeitamente convencida de que seu trabalho era guardar as prisioneiras, evitar que fugissem.Como poderia ela abrir a porta da capela para deixá-las escapar do fogo, sim, mas também da custódia em que se encontravam? Ela participou dos crimes nazistas porque “era o trabalho dela” e ela acreditava ser seu dever fazer o seu trabalho bem feito, porque seus chefes estavam no poder legalmente, tinham a autoridade de lhe dizer o que deveria fazer e tinham o direito de esperar que ela fizesse o que lhe era ordenado.
Hanna, apesar de ser descrita por suas vítimas, ou por aqueles que as representam, como um monstro, não é uma pessoa má, ela é uma pessoa simples, que acha que tem de cumprir com o seu dever e fazer, da melhor forma possível, o que os seus chefes lhe ordenam e esperam dela.Quanta gente não pensa do mesmo jeito, e só não comete crimes, pequenos ou horrendos, porque seus chefes nunca lhes pediram que fizesse algo moralmente errado?
Ao separarmos a lei da moralidade, e afirmarmos que, no mundo sócio-político, vale a lei, não a moralidade, nos curvamos ao cinismo daqueles que afirmam, ao ser flagrados em falcatruas de todo tipo, que seu comportamento ficou dentro dos limites da lei. E não é só de falcatruas financeiras que se trata: afinal de contas, Hanna Schmitz agiu dentro dos ditames da lei e, por causa disso, trezentas mulheres inocentes morreram.
A questão do analfabetismo de uma pessoa adulta, mesmo numa sociedade desenvolvida como a Alemanha da época da Segunda Guerra, embora central para a trama, parece ocupar um lugar claramente secundário diante dessas outras grandes questões.
Não sou um expert em literatura alemã(para falar a verdade, em literatura nenhuma), mas parece-me que depois de O Perfume(Suskind, ja resenhado aqui no blog), esse foi o grande livro alemão dos últimos tempos.
Termino com a reflexão que basicamente fecha o livro: Quando, em seu último encontro, Michael pergunta a Hanna se ela tem pensado muito sobre o passado, ela lhe pergunta: sobre o nosso passado? Ele diz que não: sobre o passado em geral. Ela lhe responde: "Não importa o que eu penso. Não importa o que eu sinto. Os mortos continuam mortos”.Isso é verdade: os mortos continuam mortos. Mas o resto não é verdade: o que pensamos e o que sentimos importa. E lendo livros como esse, somos forçados a pensar e a sentir. E se pensarmos e sentirmos, provavelmente corremos menor risco de cometer erros morais e mesmo crimes por estarmos vivendo e agindo em piloto automático.

domingo, 1 de março de 2009

Dualidade, dualismo, complexidade e realidade caos-cosmo

A Ciência moderna, nascida com Newton, Copernico e Galileu Galilei ao contemplar a natureza, faziam de forma compartimentada e isolada, ou seja, não consideravam relevantes os relacionamentos em todas as direções. Assim começaram a estudar só as rochas, ou só as florestas, ou só os animais, ou só os seres humanos( E no seres humanos só as células, só os tecidos, só os orgãos...). Ganhamos muito com esse tipo de produção do conhecimento, dela surgiram várias especialidades e toda a conjuntura de informações que compõem nossa sociedade. Porém, a natureza e o universo não constituem simplesmente o conjunto dos objetos existentes, como pensava a ciência moderna. Constituem, sim, uma teia de relações, em constante interação, como os vê a ciência contemporânea. Os seres interagem e deixam de ser apenas objetos, passam a ser sujeitos e o universo é, pois, o conjunto das relações dos sujeitos.
................................
Tudo bem espertalhão, o que isso tem haver comigo e principalmente o que isso tem haver com a águia e a galinha?
Bom comedor de batatas, por mais que a ciência contemporânea esteja em ascendente, todo o seu conhecimento e consequentemente boa parte da forma que você vê o mundo foi determinada pela ciência moderna.(Dúvida?! Bom fã do forró do muído, o modo de produção vigente, o capitalismo, mostrou-se forte na mesma época que a ciência moderna se consolidava... Se é inegável que todos os o nossos costumes são influenciados pelo capitalismo e que a ciência moderna serviu o capitalismo em diversos aspectos... Pense! Não seria a Ciência moderna, a razão, uma das produtoras da ideologia do capitalismo?!)
O fato é que para onde olharmos encontraremos a dimensão-galinha e a dimensão-águia. Elas vêm revistidas de muitos nomes: Realidade e Sonho, necessidade e desejo, história e utopia, fato e idéia, poder e carisma, corpo e alma, religião e fé, partícula e onda, caos e cosmo, ética e moral.(essas últimas serão mais exploradas aqui no blog). As dualidades antes referidas são dimensões da mesma e única realidade complexa, não sendo um dualismo. O problema, é que estamos acostumados a olhar tudo isso de forma "dualistica". Mas antes de tudo, para os fãs de Caminho das Ìndias e da gostosíssima Juliana Paes, vamos a pequenas explanações sobre dualidade e dualismo.
O dualismo vê os pares como realidades justapostas, sem relação entre sim. Direito ou esquerdo, interior ou o exterior, o masculino ou o feminino.
A dualidade, ao contrário, coloca "e" onde o dualismo coloca "ou"(Lembra das aulas de matématica? É o mesmo raciocínio de união/intersecção. Não lembra? Tava imaginando aaaquelaaa fulaninha daqueeeeele jeito no meio da aula não estava? Pois é, eu estava!). A dualidade enxerga os pares como os dois lados do mesmo corpo, como dimensões de uma mesma complexidade.
Sei que é dificil falar da condição humana, mas ao usar os termos águia e galinha não procuro limitar, procuro enxergar esses termos como dimensões ou conjuntos. Dimensões essas compostas por várias características. Por exemplo? a águia e a galinha como caos e cosmo.
Cuma?! ¬¬ahaha vamos coleguinha!

Caos: do Gr. kháosc onfusão de todos os elementos, antes de se formar o mundo;grande desordem; babel; balbúrdia.

Cosmo:do grego antigo κόσμος, transl. kósmos, "ordem", "organização".


Então, Caos e Cosmo andam separados? Hmmm, não! Aaaaantes de tudo(inclusive antes do nascimento do Silvio Santos,da Hebe Camargo e a da saudosa Dercy Gonçalves), havia inicialmente um concentrado inimaginável de matéria-energia em perfeito equilíbrio(cosmo). Sem sabermos porquê, ocorreu o big-bang. Este significa a explosão potentíssima desse concentrado, lançando energia e matéria em todas as direções. O big bang foi assim, uma primeira e inmensurável instabilidade, um caos de dimensões incalculáveis. Tudo explode e se expande. A explosão signifca a irrupção da desordem. A expansão, porém, significa a constituição da ordem. O caos náo é simplesmente "caótico", ele se mostra generativo e autocriativo. Abre espaço para a organização e para constituição de ordens cada vez mais elegantes(cosméticas) e portadoras de sentido. A situação atual é esta: O universo não é totalmente caótico, nem totalmente cosmético.(não, nao tou falando nem da natura nem da avon) É a combinação de ambos. Ele se apresenta ordenado a ponto de provocar o fascínio dos maiores cientistas como Newton e Eistein, mas ao mesmo tempo, essa ordem é frágil, submetida ao desequilíbrio e á situação de caos. Assim é o caminhar do universo: ordem-desordem-interação-nova ordem. E cada ser, cada coisa, você, tem dentro de si os dois movimentos, o caos(desordem, galinha) e o cosmo(ordem, águia).
ANH?! Como é que é seu playbozinho metido a nerd?!
Calma comedor, calma! Vou falar de caos e cosmo na sua língua, utilizando um hit fantástico que anda movendo a vida de tantos. De uma olhadinha nessa música:


Certamente você escutou nesse verão e aprendeu nem que tenha sido por osmose(o certo seria difusão, mas tudo bem, todo mundo utiliza osmose meesmoo). Utilizando-me da letra certamente você vai entender:

"Não vou negar sofri demais quando você me deu o fora
Mais o tempo passa
O mundo gira,o mundo é uma bola
Pintei o meu cabelo, me valorizei
Entrei na academia, eu malhei, malhei
Dei a volta por cima e hoje te mostrei meu novo namorado."



Anote esses destaques e pense comigo:

Você vivia feliz demais com seu/sua carinha/mina(cosmo), daaíí ele(a) lhe trocou por uma mais gostosa ou por um mais rico, você entrou em desespero, sua baixaestima foi la no alto(caos). Dai coleguinha, voce se valorizou! Pintou o cabelo, foi na colcci e fez sua feira de artigos playba, malhou, ficou do jeito que o diabo gosta, recuperou sua autoestima e arranjou um namorado(a) mil vezes melhor que o passado.(cosmo)
Logo:
ordem/cosmo/águia(ex namorado)-desordem/caos/galinha(fora)-Interação(ficar gateeenha)-Nova ordem(novo namorado).
e Aí? Aiii você fica de boa até voce achar seu namorado gordo ou sua namorada chata e começa tudo novamente.

Entendeu?(Não?! Poxa e você pensa tanto para eliminar alguém no bbb). Ainda vamos falar mais de águia e galinha nos próximos textos, a conclusão da relacão entre a metáfora sobre os dilemas humanos com a realidade caos/cosmo fica a seu critério.
Ciscar ou voar? Os dois?! Você anda ciscando ou voando? Será que ciscar que dizer sempre desordem? E quando ciscar vem revestido de bons juízos de valores(diferente de depressão ou desordem como agora)? Espere comedor, ainda tem mais, por enquantoooo....
Pensou que eu ia chorar por voceee, que eu ia morrerrr de amorr, que eu ia pedir pra voltaaar, aaaahhh aaaaaah

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Águia e a Galinha


" Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Coloco-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como galinha.
Ela não é mas uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar ás alturas. - Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia.
E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergue-se, soberana, sobre se mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento..."


Viver como galinha ou voar como águia? Ciscar sempre? Voar sempre? É possível viver como águia no mundo das galinhas? galinha ou águia? galinha e águia?
Pense comedor ... Os próximos "pratos de batatas" irão girar em torno dessa dualidade(ou seria dualismo?)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

O Perfume - A história de um assassino




Livro: O Perfume - A história de um assassino, Patrick Suskind
Record, 1986(Primeira publicação alemã), 218 páginas.



O romance do alemão Patrick Süskind foi considerado o livro da década de 80 na Alemanha. A trama passa-se no século XVIII(França) e há todo um extraordinário trabalho de reconstituição histórica, não só da época e das mentalidades, como do ofício de perfumista, que então era particularmente valorizado e que estava a cargo de artesões especializados.

Patrick Süskind conduz o leitor de página em página, de odor em odor, de perfume em perfume, enebriando-o, arrebatando-o nessa alquímica busca do absoluto que é a do seu personagem: a busca do perfume ideal, isto é, a forma suprema da Beleza. Nessa busca nada deterá Jean-Baptiste Grenouille(que nascera no meio dos mais repugnantes fedores, numa banca de peixe), nem mesmo os crimes mais hediondos. Este personagem monstruoso possui, no entanto algo de extremamente inquietante, a sua própria incorrupta pureza. Isto porque o protagonista de O Perfume (não sabemos se é louco ou sua natureza é realmente má, talvez seja por isso que consiga se tornar tão fascinante aos olhos do leitor) tem uma compreensão limitada do mundo, pois somente compreende e consegue apreciar alguma coisa pelo odor que esta possui.

Dizendo desta maneira a trama de "O Perfume" pode parecer absurda e talvez o seja. No entanto, Suskind é um escritor talentoso e o grande mérito de seu livro é tornar o que nos é absurdo possível dentro da narrativa. Habilidoso, o autor faz com que tornemos "cúmplices" do protagonista Grenouille. Sendo assim passamos enxergar o mundo á sua maneira e compartilhamos como ele seus planos para criar o melhor perfume do mundo (já que ele nasceu sem cheiro), nem que para isso ele tenha que recorrer a ingredientes nada convencionais. Uma leitura interessante. Trata-se de um suspense nada convencional.

"...As pessoas podiam fechar os olhos diante da grandeza, do assustador, da beleza, e podiam tapar os ouvidos diante da melodia ou de palavras sedutoras. Mas não podiam escapar ao aroma. Pois o aroma é um irmão da respiração. Com esta, ele penetra nas pessoas, elas não podem escapar-lhe caso queiram viver. E bem para dentro delas é que vai o aroma, diretamente para o coração, distinguindo lá categoricamente entre atração e menosprezo, nojo e prazer, amor e ódio. Quem dominasse os odores dominaria o coração das pessoas."

O Livreiro de Cabul





Livro: O livreiro de Cabul, Asne Seierstad
Ed Record, 2006, 316 páginas.




Ih lá vem um livro que nem O caçador de Pipas e A cidade do sol(ambos do Khaled Husseini). Foi o que eu pensei ao receber de presente O livreiro de Cabul, bom... me enganei! A diferença básica? A obra de Asne Seierstad não é uma ficção.
Seierstad acompanhou a entrada em Cabul das tropas da Aliança do Norte, que tinham o apoio dos EUA para derrubar o regime talibã e, consequentemente, prender Osama bin Laden. Quando conheceu o livreiro, que no livro ela deu o nome de Sultan Khan, a jornalista achou que, tendo oportunidade de acompanhar o cotidiano desse homem culto, ela poderia mostrar um outro lado daquele país muçulmano. Mudou-se então para a casa de quatro cômodos onde Sultan vivia com a segunda esposa, a filha pequena, outros dois filhos do primeiro casamento, um sobrinho, um irmão, duas irmãs e a mãe. No entanto, por mais diferente que Sultan parecesse, ele nao fugia das regras da rígida sociedade afegã que fazia de um chefe de família um tirano.
Temas como perseguição religiosa; luta pelos direitos ao estudo das mulheres; relacionamento familiar; casamentos arranjados; e regime talibã são abordados sob a ótica ocidental de uma forma clara, com pitadas de críticas ácidas.
Confesso que achei os capítulos muito espaçados, desconexos. Talvez por ser baseado em fatos reais. Embora por vezes a autora consiga imprimir um tom novelesco, deixando a obra mais acessível, mesmo sendo um "não-ficção." É uma leitura relativamente rápida, recomendo para quem tem curiosidade em conhecer a cultura islâmica de uma forma um pouco mais "crua".



Leila vive um impasse. Entre a lama da sociedade e a poeira das tradições. Ela quer enfrentar um sistema fundamentado em séculos de tradição e que paraliza metade da população. Leva meia hora de ônibus até o ministerio da educação. Uma meia hora impossivel. Leila não esta acostumada a lutar por algo, ao contrário, esta acostumada a desistir, Mas tem que haver uma saída. só resta encontra-la.(trecho do capítulo tentativas)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Honestidade, sinceridade e verdade conveniente

Antes de tudo, desculpem o período sem "batatas à venda!". Eu tenho as minhas sabe? E nas férias elas me ocupam que é uma beleza! Falando nisso... estava eu em uma reuniãozinha entre amigos, conversa vai conversa vem... Scotland Yard... Acabei entrando numa discussão com uma amiga(que vou chamar de Josefina). Olha no que deu:

Josefina: Dannyel, tu rouba demais! Detesto quem não é honesto em jogos.
Dannyel: Não existe honestidade.
Josefina: Claro que existe! Somente porque você nao pratica ela deixou de existir?
Dannyel: Nem eu nem você pratica a honestidade, existem apenas verdades convenientes.
Josefina: Eu não estou roubando no jogo! Sou honesta, não estou tentando me benificiar nem ser conveniente.
Dannyel: Está sim, você está agindo conforme sua moral, seria inconveniente roubar, você não se sentiria bem. Além do mais, talvez seu orgulho não permita uma trapaça, sujaria sua vitória. O fato de você não estar roubando não é por respeito a seus colegas, é tudo conveniente para você;
Josefina: Nada haver! M. esta linda hoje, assim que ela chegou, eu disse: "- M. como essa roupa cai bem em você!" O que eu ganhei com isso?
Dannyel: Se ela estivesse feia... Você diria?
(Silêncio)
...
...
...
Josefina: As pessoas tem sentimentos sabia?
Dannyel: Como pensei...! Você não diria! A honestidade pressupê sinceridade, que por sua vez pressupõe franqueza. Se você só diz o oportuno, é porque você manipula a verdade ao seu bel prazer. Sinceridade, no conceito literal, só existe no dicionário.
Josefina: Eu não posso usar minha opinião para machucar os outros por nada. E isso não me faz desonesta.
Dannyel: Ok, se M. pedisse opinião sobre a aparência dela e ela fosse realmente feia. Você diria a verdade?
Josefina: Focaria nos pontos fortes, tudo mundo tem sua beleza.
Dannyel: Hmm, claro! Então você enganaria ela omitindo sua opinião relativa aos pontos fracos, isso não me soa muito sincero...
Josefina: Como já disse, não quero ferir ningúem.
Dannyel: Você nao fez isso por ela, fez por si!
Josefina: Lógico que fiz por ela! É minha amiga, nao quero fazê-la sofrer.
Dannyel: Por quê?
Josefina: Porque não gosto de ver uma amiga triste oras.
Dannyel: Exato! Porque VOCÊ não quer.... você, você, você... Não percebe que tudo gira em torno das suas vontades?
Josefina: Quer dizer que não existe amizade, amor? Que não se faz nada pelos queridos?
Dannyel: Disseque suas motivações mais profundamente! Achará que jamais alguém fez algo totalmente para os outros. Todas as ações são autodirigidas. Todo serviço é auto-serviço, todo amor é amor-próprio. Pense naqueles que ama, cave mais profundamente e descobrirá que não ama a eles: ama isso sim as sensações agradáveis que tal amor produz em você! Ama o desejo, não o desejado.
Josefina: É powww! A bondade não existe ! Todo mundo é mau e egoísta!
Dannyel: Mau não, egoísta sim! Pare de maniqueísmos cara Josefina! Não existem vilões e mocinhos, todos acertam e erram consigo e com os outros. A bondade existe SIM! Mas não existe como sacrificio, ora... Quando se ajuda o próximo, se faz por gosto, pelo prazer em ser útil. O fato é que ninguém faz nada sem pensar em si antes. Existem pessoas ruins sim, mas elas não necessariamente mentirosas ou desonestas... Elas apenas não aprenderam a usar as verdades convinentes a seu favor. Acredito piamente que uma atitude que leze outrem trás maleficios de uma forma ou de outra, até para aqueles politicos corruptos que nunca são pegos. Logo, não é inteligente prejudicar os outros, é por isso que ninguém deveria fazê-lo.
Josefina: Tá bom, tá bom Dannyel! Vamos jogar?!
(Minutos depois)
.....
Josefina: Dannyel, você acredita em Deus, em Jesus Cristo?
Dannyel: Acredito sim, tenho formação católica.
Josefina: E Ele? também é cheio das verdades convenientes?
Dannyel: Mais do que qualquer ser que já pisou na terra.
Josefina: Falaaa sééério!! Quer dizer que ele nao se preocupava com os humanos?
Dannyel: Quais eram as motivações de Jesus?
Josefina: Salvar os homens! Trazer a vida eterna!
Dannyel: Exato, este era o prósito DELE. Trazer a salvação era a missão DELE.
Josefina: Ele morreu por nós! Foi crucificado! Todo mundo sabe disso!
Dannyel: "Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres." Você entende a santíssima trindade? Também entendo pouco, mas sei que existe o Deus Pai, Deus Filho e o Deus Espírito Santo. Três pessoas em uma só que vivem em comunhão de dinvidade. O fato é que a vontade do Deus Pai nao deixa de ser a vontade do Deus filho, o medo nessa passagem é para humanizar Jesus, para aproxima-lo de nós, que para mim era outra missão dele, ser um pouco humano apesar de ser Deus. O fato é que era a vontade dele, isso é incontestável! Nos beneficiamos com ela? Claro que sim! É tudo questão de motivação cara Josefina, ele também morreu por nós, mas antes de tudo era vontade dele. O próprio Satanás usou desse argumento em uma tentação feita a Cristo, dizendo-lhe que se fosse da vontade dele, anjos do céu viriam salvá-lo.
Josefina: Jesus era também mentiroso?
Dannyel: Não existem mentirosos, existem pessoas que manipulam erroneamente a verdade aos olhos da sociedade. Jesus contou várias verdades conveninentes a nossa salvação. Mas não contou tudo, ele sabia muito, sabia de guerras,mortes e tragédias. Ele é onisciente! Foi sabiamente omisso quando os discípulos perguntavam de forma inconveniente sobre coisas que ele não poderia esclarecer. Você sabe bem que para muitos a omissão é uma forma de mentira.
Josefina: Ele não era mentiroso!
Dannyel: Vejo que estou ferindo suas convicções relgiosas e que você não entende ou não quer aceitar meu ponto de vista. Acho melhor irmos todos lanchar!

..................................................

Todos foram lanchar e fim de papo

Algumas explanações:
1- Estava de péssimo humor no dia, obviamente não saio discutindo esse tipo de coisa com pessoas no meio de um jogo de scotland yard, até porque embora pareca, não me acho o dono da verdade. Tava era atrás de briga mesmo
2- Obviamente a conversa nao foi dessa forma, eu coloquei algumas coisas para a leitura ficar mais interessante e polêmica. No entanto, ela aconteceu sim! È veridica.
3- Não irei fazer maiores comentários sobre minhas ideias, talvez depois de possivéis comentários.
4- Adoro Josefina de paixão! Ela sabe disso =D
5-"Enfim, a questão não é sermos honestos, e sim, manipularmos a verdade e utilizar as melhores palavras para o bem de todos."(Milena). Achei pertinente a conclusao do comentario da minha nobre amiga, ela soube expressar sinteticamente meu ponto de vista. Manipular é sim um ato desonesto, mas nem por isso é um ato ruim. Não ser honesto esta usualmente ligado a má conduta, é disso que nao concordo. Se toda pessoa desonesta é ruim, entao somos todos pessimos! Quando digo que nao existe honestidade é porque nao existe ninguem que nao manipule a verdade, nem por isso as pessoas que assim fazem sao do mal ou enganadoras ou coisa do tipo. =D

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Sombra do Vento



Livro: A Sombra do Vento, Carlos Ruiz Zafón
Suma de letras, 2001, 399 páginas.



[...] "Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A alma de quem o escreveu, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa se fortalece.” P.9

A obra começa assim, logo de cara! Na página nove já estava maravilhado com o livro, Carlos Ruiz Zafón consegue ser envolvente, enigmático sem deixar de lado o ritimo eletrizante de sua narrativa. O enredo aliás, surpreende bastante! No primeiro contato com o livro tive a nitida impressão que seria um drama do tipo "A menina que roubava livros", no entanto, a obra se revelou um suspense fantástico, uma viagem por uma realidade cruel, ao mesmo tempo cheia de lirismo, carregada de fantasia.(Isso mesmo leitor, contradição absoluta)
Tudo começa em Barcelona, em 1945. Daniel Sempere está completando 11 anos. Ao ver o filho triste por não conseguir mais se lembrar do rosto da mãe já morta, seu pai lhe dá um presente inesquecível: em uma madrugada fantasmagórica, leva-o a um misterioso lugar no coração do centro histórico da cidade, o Cemitério dos Livros Esquecidos. O lugar, conhecido de poucos barceloneses, é uma biblioteca secreta e labiríntica que funciona como depósito para obras abandonadas pelo mundo, à espera de que alguém as descubra. É lá que Daniel encontra um exemplar de "A Sombra do Vento", do também barcelonês Julián Carax. O livro desperta no jovem e sensível Daniel um enorme fascínio por aquele autor desconhecido e sua obra, que ele descobre ser vasta. Obcecado, Daniel começa então uma busca pelos outros livros de Carax e, para sua surpresa, descobre que alguém vem queimando sistematicamente todos os exemplares de todos os livros que o autor já escreveu. Na verdade, o exemplar que Daniel tem em mãos pode ser o último existente. Entre a decepção do primeiro amor e o aparecimento desse homem misterioso, que queima todos os livros de Carax, personalidades interessantes e cheias de mistérios, além de um policial violento, irão entrar e interferir na vida do jovem Daniel, fazendo com que sentimentos como a amizade, culpa e covardia, aflijam o coração do rapaz.
A obra é ótima, impossível de largar! Deixo a própria definição do Daniel sobre o seu A Sombra do Vento, melhor descrição não seria capaz. [...]A medida que avançava, a estrutura do relato fez-me lembrar daquelas bonecas russas que contém em si mesmas inúmeras miniaturas. Passo a passo, a narrativa se estilhaçava em mil histórias, como se o relato penetrasse em uma galeria de espelhos, e sua identidade produzisse dezenas de reflexos díspares e ao mesmo tempo um só.[...]

“Tem uns bobalhões por ai, que acham que se põem a mão na bunda de uma mulher e ela não reclama, já está no papo. Aprendizes. O coração de uma mulher é um labirinto de sutilezas que desafia a mente grosseira de um homem trapaceiro. Para realmente possuir uma mulher é preciso pensar como ela, e a primeira coisa a fazer é ganhar sua alma. O resto, o doce, o fofo embrulho que nos faz perder os sentidos e a virtude vem por acréscimo.”


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Celebre as batatas!!

"Vamos celebrar A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção..."

Letra de um cara ai que acho que vocês não conhecem, então não vou nem citar o nome.

Nota1: A fonte de batatas não secou, estive sem esse recurso de uma vida playboy por uma semana.

Quando Nietzsche chorou

Livro: Quando Nietzsche chorou, Irvin D. Yalom
Ediouro, 1995, 407 páginas.



Filosofia e psicanálise são sem sombra de dúvida, dois temas com muito em comum. A obra de Irvin D. Yalom consegue mesclar esses dois mundos complexos sem cair na fórmula batida da autoajuda, para tristezas do xiitas comedores de batatas que sem ler p*$% nenhuma ficam taxando tudo quanto é livro assim. O livro tem frases marcantes,"Quem não é capaz de obdecer a si, é regido pelos outros"(Nietzche pag 241"). O que me deixou arrependido de nao tê-las anotado desde o ínicio,creio que vou acabar lendo novamente. A filosofia do Nietzche é muito rica, para mim se sobressaindo ao enredo do livro(nada contra, o enredo é bom, jaja faço um resumo). Fiquei muito tentado a conhecer um pouco mais dos postulados dele, foi o primeiro cético que não me irritou por ser tão radical.
Usando como plano de fundo a Viena do final do século XIX, o livro conta-nos sobre uma psicoterapia fictícia que teria envolvido dois personagens históricos que, na realidade, jamais se encontraram: o médico Josef Breuer e o filósofo Friedrich Nietzche.
Breuer é um médico Vienense bem sucedido. Apesar de ser de ascendência judaica, e de praticar alguns preceitos religiosos de forma mecânica, é um ateu convicto que se sente preso a uma vida que sente não ter escolhido. Está casado com uma mulher bonita, e têm filhos, mas sente-se só e numa vida sem sentido. Uma paixão com uma de suas pacientes, Bertha, que sofria de problemas mentais graves, levou a sua mulher a exigir-lhe que a enviasse para outro médico. No entanto, Breuer nunca conseguiu afastar da sua mente Bertha, passando os dias a pensar nela. Até que em Veneza lhe aparece Lou Salomé, uma mulher russa, que lhe pede para tratar de um problema de enxaquecas constantes que um amigo seu sofre, e que está no limiar do suicídio.
Esse amigo de Lou Salomé é um filósofo alemão praticamente desconhecido das pessoas da época, Friedrich Nietzsche. Mais do que ateu, Nietzsche é um dos pais do Nihilismo, defendo que Deus foi algo criado pelo homem, e entretanto morto pelo mesmo homem. Apesar de já ter várias obras publicadas, estas são conhecidas apenas por um punhado de pessoas. Ele mesmo afirma que o seu primeiro discípulo está ainda por nascer, acreditando que um dia os seus pensamentos serão lidos, conhecidos e respeitados, mas que não estará já vivo para assistir. Sentindo-se traído pelo seu corpo que não lhe dá descanso, pelos amigos que não acredita ter e pela mulher que não o ama, vive como um saltimbanco solitário. O seu orgulho é a única coisa que o motiva ainda a viver, tentando passar para o papel todos os seus pensamentos para futuras gerações.
Ao longo de todo o livro, o leitor é levado a tentar perceber a maneira de pensar destas grandes mentes enquanto também eles o fazem entre si. Ao longo das séries de conversas, somos convidados a fazer as perguntas que Breuer e Nietzsche colocam um ao outro, a nós mesmos. Juntos, esses dois homens combatem inimigos, que no fundo são velhos conhecidos de todos nós: o desespero, a solidão interior, a obsessão amorosa e sexual, a morte e o sentido da vida. Estas conversas podem ser encaradas quase como precursoras da Psicologia e Psicanálise, juntando a tudo isto um personagem que aprece na trama diversas vezes como um para aconselhar Breuer, o seu discípulo Sigmund Freud.
É uma leitura indispensável para todos que se interessam por filosofia, psicanálise ou apenas por um ótimo e cativante romance.

Nota1: A fonte das batatas nao secou, estive sem net semana passada.

nota2: Estou repassando A Cabana para o mês de fevereiro, Quando Nietzsche chorou é um livro de base nhilista e A Cabana é deísta. Não posso passar pro outro lado do muro tão rápido. O último livro do mês de Janeiro será a A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ensaio sobre a cegueira - José Saramago

Livro: Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago.
Companhia das Letras, 1996, 310 páginas.






Conforme prometido e dentro do prazo, eis aqui a seção deste blog que pouco vai lhe importar. Com pouco mais de sete dias terminei a leitura da obra "Ensaio sobre a cegueira", do renomado autor e vencedor do prêmio Nobel, José Saramago. No dia posterior ao termino da leitura, assisti à adptação cinematográfica assinada pelo diretor brasileiro Fernando Meireles. Falando na película, você leitor que ainda não leu o livro e não assistiu ao filme, por favor, leia o livro antes. Quem viu o filme e não leu a livro, deve ter gostado... Mas talvez fique contrariado(e talvez devesse ler o livro para este dessabor passar) com o que eu vou dizer: Na minha opinião a adptação não alcança nem os calcanhares de uma das obra que levou Saramago ao prêmio máximo da literatura mundial. O filme é bastante óbvio em sua apresentação de um universo sórdido e em sua denúncia da manipulação, da miséria e da precarieadade da sociedade contemporânea. O próprio Saramago durante anos recusou-se a vender o direito do livro, pois segundo o escritor, "o cinema destrói a imaginação". E mesmo ele tendo cedido aos apelos de Meireles e aprovado a adptação, endosso sua opinão inicial. Sou um cinéfilo meiaboca, mas falando em adptação de obras literárias, acredito que o cinema limita e muito o pontecial do texto. A obra é tão complexa e enriquecedora, que chego a ficar desconfortável em comentar.
Ensaio sobre a cegueira consegue ser revoltante, nojento,repulsivo, incrível, chocante, absurdo, brilhante e além de fazer o leitor sentir tudo isso, é capaz ainda de ser reconfortante, afinal, por mais pessimista que a obra possa ser, Saramago deixa escapar uma mensagem de paz no final. O livro conta a história de um motorista que fica repentinamente cego ao parar no semáforo. Esse é só o primeiro caso, de uma longa série de casos de cegueira que acabam sendo identificados como uma epidemia pelo governo. A situação faz com que as pessoas que foram contaminadas sejam isoladas em quarentenas, que percebem-se completamente ignoradas pela sociedade, sem comida ou cuidados médicos, levadas ao limite da essência humana. Misteriosamente, uma única mulher que está na quarentena não é infectada, tornando-se quase como uma mãe.
Em mim ficou marcada a impressão de que ao perder um simples sentido(taxo de simples porque embora a visão seja de suma importância, a falta dela supostamente não deveria influenciar tanto o código de conduta) toda a noção de moral e de decência de uma sociedade é capaz de ser destruída. Esta conclusão vai ao encontro de outros posts do blog em que afirmo que nosso valores são embasados por pilares desconhecidos e ao mero ruir de um deles, podemos nos encontrar diferentes do que achavamos ser.

"Uma coisa que não tem nome, esta coisa é o que nós somos."(Ensaio sobre a Cegueira)



Nota: Já comecei a leitura do segundo livro do mês. "Quando Nietzche chorou", de Irvin D. Yalom. Dentro do prazo de mais ou menos dez dias, posto o o comentáro sobre a obra.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Fritas com Ketchup - Consciência e realidade

Bom dia, boa tarde, boa noite! Achou que tinha acabado as batatas? Ah-rá! A fonte jamais secará! Acredito que muitos perceberam algumas semelhanças entre os últimos dois posts, resolvi fazer mais outro para fechar a "triologia do purê" e acabar logo com esses assuntos desinteressantes. Afinal, próxima semana a nossa querida novela "A Favorita" entra na reta final e também se aproxima o início do esperado, aclamado e renomado BIG BROTHER BRASIL!(Depois de ter cotas para negros, gays, loiras burras e gostosas, agora temos cotas para idosos! Que progama democrático!). Com a proximidade desses dois MEGA eventos televisivos, temos que estar concentrados, com todas as nossas sinapses neurais a serviço desses progamas feitos pela nossa baluarte batatal. A Rede Globo de batatas. \o/
Vamos lá...!
Suponhetamos você foi para aquele show do forro do muído(vaaaaai coleguinhaaa), tomou aquele PORRE de Sapupara(dxiliiicia), chegou treebaaado em casa e fez a MERDA de se deitar, quando você percebeu que iria botar pra fora até o chocolate que comeu na páscoa passada, decidiu levantar-se. Só que ao olhar para o chão, viu um enorme abismo. Ai você se cagou de medo, soltou aquela frase mentirosa: "Nunca mais bebo", mandou a higiene pro inferno, soltou tudo e ainda se divertiu com seu vômito descendo em espiral pelo buraco negro. Depois disso, você capotou. Ai quando acordou, lembrou da suposta alucinação e do medo que sentiu. Olhou para o chão e viu que o piso estava lá. Você ratificou aquela hipótese do chão não existir como impossivel e se levantou. É assim que procedemos em nossa vida diária, endossamos a "realidade"(jaja você vai entender as aspas) de acordo com o que nossos olhos fornecem. Mas se a máxima "È o alcool entrando e a verdade saindo" fosse além daquela sua fica que beija mal? E se realmente o abismo estivesse lá? Ah bebeste tu sr. escritor? Eu levantei porra, pisei no vômito! Que mané abismo!". Calma pônei, o vômito estava lá ou deveria estar lá? O.o "Ah kct, deixa de onda! Eu vi!" Sério comedor de batatas? Aqui é o ponto critíco, você pode continuar e ler as três historinhas que vou contar ou você pode entrar aqui Ó : www.globo.com/bbb e desde já escolher seu favorito. 10 segundos para você decidir(ou então para carregar o site do bbb), 10...9..8...7...6...5...4...3...2...1. Vai ficar? Então tá, leia as três historinhas com atenção, a segunda é bem conhecida, a terceira você já leu nem que tivesse sido para filar.

1)
"Recentemente ouvi a história sobre a seguradora que tentava analisar um problema específico em Saskatchewan: Pilotos de aeronaves pequenas, quando tinham problemas como o motor, tentavam aterrisar na auto-estrada mais próxima e relativamente mais vazia. Depois de aterrizar e reduzir a velocidade, eles raramente deixavam velocidade suficiente para sair da estrada.(Provavelmente estavam felizes só por estarem vivos.) Frequentemente, motoristas batiam os carros contra os aviões e, quando questionados pela polícia, quase sempre diziam que não tinham visto a aeronave. Num momento eles estavam dirigindo; no momento seguinte, haviam se chocado contra alguma coisa. A companhia de seguros descobriu a razão para isso ocorrer: a última coisa que um motorista espera ver numa auto-estrada é um avião, portanto eles nunca os vêem."

2)
25
"Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, andando por cima do mar.
26 E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo.
27 Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais.
28 E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas.
29 E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus.
30 Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me!
31 E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?"
(Biblia, Mt 14; 25-31)

3)
No estado de onda, elétrons e fótons(partículas de luz) não têm localização precisa, existem como "campos de probabilidade". No estado de partícula, esse campo "colapsa", produzinho um objeto sólido, localizado no espaço e no tempo. Não é possível obter a um só tempo a medida precisa da velocidade e a da posição de uma partícula. Quanto mais nos focalizamos em uma propriedade, mais a medição da outra se perde na incerteza. Assim a diferença está na observação ou mensuração. Elétrons que não são medidos ou observados comportam-se como ondas. Submetidos à observação, "colapsam" na forma de partícula e podem ser localizados."(Princípio da incerteza por Werner Heisenberg, adpatado)


Leu? Pensou? E ai? Aquela meleca nojenta que você expeliu estava no chão... Bom, o avião também estava na estrada, deveria ter sido visto não é? Repare que não estamos falando de algo insignificante, estamos falando de TONELADAS. E no entanto, a mente dos motoristas não foi capaz de percebe-las. E Jesus Cristo, era Deus-filho todo poderoso e ponto ou era alguém livre e sábio o suficiente para quebrar paradigmas naturais? E Pedro, o apóstolo? Andou sobre as águas, assim como seu mestre, até quando acreditou ser possível. Quando foi assolado pelo medo, duvidou e comecou a afundar. Afinal a não é nada mais nada menos do que o combustível que nos leva a acreditar no que julgamos imposível? Por fim, o último texto, deixe de lado seu ódio pela química... vá lá! Você não reparou na profundidade deste príncipio? o elétron, componente básico de tudo que compôe o universo não é NADA, é um monte de coisa nenhuma, sem a sua decisão. Você é quem determina o que ele vai ser.
A realidade, existe sem você ou sua consciência molda a realidade? Sr. Escritor, você esta ficando louco! E um louco paradoxal, os dois últimos posts falam da influência da sociedade sobre as pessoas e de repente você muda de opinião? Agora sou eu quem determina tudo? Eu não era produto das batatas e agora eu as crio? fale sério! Calma comedor, lembra do post passado? Somos influenciados por diversos paradigmas que fazem parte do nosso modus operandi. Encare a realidade como um bolo, insconcientemente os ingrientes e a receita entraram na sua vida e todos os dias você vai lá e faz o seu bolinho. A receita vai se aperfeiçoando com a entrada de novos paradigmas(ingredientes). Mesmo sendo você o mestre-cuca, não se tem o controle dos ingredientes e da receita, você faz o bolo no piloto automático! Começou a ficar claro leitor? Não? Que pena que não dar pra desenhar, desenharia para você! O problema é que nem sempre o bolo fica delicioso certo? Só que você o faz por compulsão, mal sabe os ingridientes que usa... O que propus nos últimos dois textos foi a busca pelos ingridientes errados(os paradigmas ruins) e pela receita certa, esta busca seria impulsionada por constantes questionamentos sobre seu modo de pensar e agir. Este é o meu conceito de liberdade, fazer o bolo conforme minha vontade.
A realidade existe sem minha consciência? a consciência influencia a realidade? Consciência=realidade? Olhe ao seu redor, julgue, pese suas batatas e tente responder estas questões, se possivel comente. Não seja trivial, não seja óbvio.




Faça uma dieta das batatas...!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Fritas com Ketchup - Ainda sobre a liberdade

Desde nossos antepassados, a posição e o status de uma organização de pessoas com cosanguinidade, a quem vulgarmente chamamos de famílias, tem sido posta em uma posição superior a até mesmo nossas próprias vontades visando uma falsa imagem sobre um grupo de pessoas abastadas, a quem vulgarmente chamamos de sociedade, mas que deveria mesmo ser chamada de vara ou persigal(vide dicionário, hoje estou metido a nerd! Essa é uma das minhas batatas preferidas, preciosismo vocabular! Vá se acostumando a essa mania batatal que tenho).
Você ai homo sapiens sapiens, na frente do seu pc de última geração, com seu ipod touch carregando ao lado, o ser pensante, moderno, atualizado e... comedor de batatas! Batatas que muitas vezes você nem sabe ou aceita. Não preciso nem citar o clichê, que você se preocupa com coisas absurdas, como uma simples marca de roupa para se mostrar elegante, enquanto pessoas pobres não têm nem mesmo o que comer e se preocupam, não com inutilidades vãs, mas com necessidades básicas que os façam ainda viver, nem que seja na miséria a qual são submetidos. Você leitor, já ta cansado desse papo de consciência social(mesmo com o o mundo se fo*%$*$ com a pobreza, com guerras e etc). Não é só ai que você não é livre! As batatas, elas estão em todos os lugares, é um festival delas! Sabe aquela roupa que você acha a sua cara? Que você só usa para se expor como um pavão no cio para aquele(a) pretendente? E se você nao tiver escolhido-a? E se você não comprou-a por prazer e sim por compulsão? "Ah vai comer batata Sr. escritor, eu fui lá na loja, provei, paguei e você vêm com esse papo?" Bom, se você não quiser pensar entra aqui ó : http://ofuxico.terra.com.br/. Tem umas pautas ótimas, recomendo!(Tou falando sério, leio todo dia!). Maaaas se você tá empanturrado das leguminosas, vamos viajar no purê(Isso Thamiris, agora virou um purê) de batatas, porque maionese engorda.
Liberdade, liberdade, liberdade... o que é?

"Liberdade, essa palavra
que o ser humano alimenta
que não há quem explique
e ninguém que não entenda..."
(Romanceiro da inconfidência, Cecília Meireles)

Salve Salve Cecília Meireles!(Não conhece? mas essa aqui você conhece neh? http://fspike.files.wordpress.com/2008/03/729693-2373-in.jpg rs) Dá licença Ceci, que apesar de sua definição, vou tentar explicar o que é essa danada!
Liberdade é quebrar Paradigmas! (do grego Parádeigma) literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido. É um pressuposto filosófico, uma matriz. Cuma?
Vou explicar com exemplo que eu seeei que você vai entender! O autor da grande e aclamada novela "A Favorita" da nossa vendedora mor de batatas quebrou um paradigma! Sério? Além da viadagem do Orlandinho ele quebrou mais alguma coisa? O.o Seguiinte, no começo da novela, todo mundo achava que a vilã era Claudia Raia, porque era a metida a rica, era gananciosa e etc. Supostamente a mocinha era a Sra Esposa do Sr. Ciro Gomes(nao sabe quem é? Já dei o link do fuxico), porque Flora era a com carinha de anjo, frágil, coitadinha... Só que de repente pow! Era tuuudo o contrário =OOO. O que era pra ser não foi, quebrou-se o paradigma! Ah-rá! Melhorou? Não? Rs http://clickjogos.uol.com.br/ vai la, tem joguinhos ótimos!
Continuando... Um paradigma é como uma teoria, mas um pouco diferente. Uma teoria, como a de Darwin sobre a evolução, é uma idèia que procura explicar o funcionamento de alguma coisa. Ela deve ser testada, provada ou negada, apoiada ou contestada por meio de experimentação e reflexão. Um paradigma, por outro lado, é um conjunto de premissas implícitas que não se pretende testar; na verdade, são essencialmente inconscientes. São parte do nosso modus operandi(não sabe o que é? Poxa você ainda nao desistiu? Já te dei tantos links acima coleguinha)como indíviduo.
Um paradigma jamais é questionado porque ninguém pensa sobre ele. É como se estivéssemos o tempo todo usando as conhecidas(e bem grandes e chamativas, estilo virgens de tambaú!) lentes cor-de-rosa: Vemos tudo através dessas lentes. Todas as nossas percepções passam por essa referência e dentro desse sistema está tudo o que consideramos verdadeiro. Ai quando esbarramos numa parede e quebramos as lentes cor-de-rosa(Aquela gaiada que mudou sua vida ou aquela decepção com familia, curso, amigos e por ai vai), subitamente o mundo parece diferente. Você pode até realmente acreditar na importância da família, da amizade, da atividade física, do seu playstation, da bunda da mulher melancia, whatever. No entanto, dezenas, talvez centenas de convicções inconscientes e não questionadas dirigem sua vida. Convicções sobre o que deve e o que não deve ser feito, o que é feio e o que é bonito ou até mesmo sobre seu valor e competência. Essas convicções foram sedimentadas desde a infância e continuam a determinar sua relação com o mundo. Prestou atenção no que leu comedor de batatas? Desde a sua infância! O problema é que naquela época você não tinha opinião, agora você tem! E talvez aquela mudança que você taaanto persegue esteja ligada a esse paradigma que você ainda não quebrou.
Sim mas... "Sr. Escritor, o que tem haver aquela roupa xeta, fashion, linda ou como você queira chamar com esse tal de paradigma?" Putaa merda!(Desculpe, mas eu tinha que me irritar!) Você chegou até aqui e está me perguntando isso? Vide links acima.... rs)
Tá, tá, tá... Como eu sou comedor de batatas como todos, vou dar uma dica! Pense sobre ela(a roupa) e sobre o que te levou a compra-la! Ela te deixa mais magro? Mais pera aí, você é mesmo gordo? Ser gordo é ruim? Claro... Você acordou um belo dia e disse: Ser GORDO é péssimo! Ou alguém chegou em ti e disse: "E essa barriguinha?" . E a cor, é a que você gosta? E por que não outra cor? Pense comedor... pense! Cada um sabe o peso das batatas que carrega.

E quanto ao purê? Ah esse ai Eu gosto gratinado, com um pouco de queijo ralado!

Gustavo Moura/Dannyel Delgado

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Fritas com Ketchup - Ouro ou batata?

“Ela é uma garota de ouro”. Quantas vezes você rapaz, já escutou essa frase? Advinda de mãe, familiares e amigas com pretensão de promover outras. E quantas garotas perseguem essa alcunha de valorosa, muitas vezes reprimindo suas vontades, limitando sua personalidade? Quem realmente determina esses valores? Quem sancionou o “manual da moral e dos bons costumes” como lei em sua vida? Essa é realmente a sua escolha?
Hmmmmmmmmmmmmmm.........! Ta sentindo o cheiro leitor? Não está?! Cheire bem! Não esta sentindo cheiro de batata no ar?
Antes de continuar lendo o texto, gostaria de pedir-lhe que por alguns minutos coloque "suas batatas no saco". Em termos mais diretos, deixe sua hipocrisia de lado e reflita um pouco. Ai depois você pega suas batatas de novo, não precisa abandoná-las. Você nao vive sem elas não é mesmo?
Revoluções feministas a parte, são as mulheres realmente livres? o preconceito realmente acabou? Quantas mulheres você conhece que pagam uma de independentes e são escravas de valores que elas nem sabem se realmente concordam? Você mulher que leu isto e se doeu, antes de discordar, pare e pense. Você é realmente livre? Cuidado ao analisar se realmente o é, afinal o pior cativo é aquele que acha que possui a liberdade.
A socidade nao pode ditar-lhe o que é valoroso e o que é condenável. Esta imagem de que a garota de ouro é aquela de familia, caseira, disposta a fingir que é meiga, fragil e casta, que joga conforme as regras dos hipócritas controladores, que vendem verdades arrontando mentiras, não é só errada, é danosa, chega a ser imoral.
O conjunto de valores que rege sua vida deve ser adquirido de forma individual, compatível com o que te faz feliz. Não importa quais serão as regras que regularão sua conduta. Você pode cultuar numa boa a virgindidade, o amor à familia ou até mesmo o sexo selvagem constante. Desde que você seja livre, que não se condene a essa vida preto e branco que grande parte da nossa sociedade prega...
Arrisque! Viva, caia, levante, erre! Procure se descobrir a cada segundo, reforce e crie príncipios de acordo com cada experiência e com a forma que você vê o mundo. Não busque pelo óbvio, não seja trivial. Seja único, especial, seja você.
E você mulher, não busque homens que te tratam como pratos num cardápio ou como produtos no catálogo.(A não ser que você queira um comprador de batatas, escravo do que a mamãe manda ele fazer). Para homens inteligentes basta o simples, encontrar alguém que consiga se conversar por duas horas e que o faça sentir entusiasmado para conversar mais duas, alguém com uma visão realmente inteligente e única da vida.

O resto? Ahh, o resto é batata! Que por sinal, com molho rosé fica uma delicia.

Nota: O blog vai ganhar um colaborador, Gustavo vai estrear daqui a dois dias. A banquinha de batatas ta crescendo