sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ensaio sobre a cegueira - José Saramago

Livro: Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago.
Companhia das Letras, 1996, 310 páginas.






Conforme prometido e dentro do prazo, eis aqui a seção deste blog que pouco vai lhe importar. Com pouco mais de sete dias terminei a leitura da obra "Ensaio sobre a cegueira", do renomado autor e vencedor do prêmio Nobel, José Saramago. No dia posterior ao termino da leitura, assisti à adptação cinematográfica assinada pelo diretor brasileiro Fernando Meireles. Falando na película, você leitor que ainda não leu o livro e não assistiu ao filme, por favor, leia o livro antes. Quem viu o filme e não leu a livro, deve ter gostado... Mas talvez fique contrariado(e talvez devesse ler o livro para este dessabor passar) com o que eu vou dizer: Na minha opinião a adptação não alcança nem os calcanhares de uma das obra que levou Saramago ao prêmio máximo da literatura mundial. O filme é bastante óbvio em sua apresentação de um universo sórdido e em sua denúncia da manipulação, da miséria e da precarieadade da sociedade contemporânea. O próprio Saramago durante anos recusou-se a vender o direito do livro, pois segundo o escritor, "o cinema destrói a imaginação". E mesmo ele tendo cedido aos apelos de Meireles e aprovado a adptação, endosso sua opinão inicial. Sou um cinéfilo meiaboca, mas falando em adptação de obras literárias, acredito que o cinema limita e muito o pontecial do texto. A obra é tão complexa e enriquecedora, que chego a ficar desconfortável em comentar.
Ensaio sobre a cegueira consegue ser revoltante, nojento,repulsivo, incrível, chocante, absurdo, brilhante e além de fazer o leitor sentir tudo isso, é capaz ainda de ser reconfortante, afinal, por mais pessimista que a obra possa ser, Saramago deixa escapar uma mensagem de paz no final. O livro conta a história de um motorista que fica repentinamente cego ao parar no semáforo. Esse é só o primeiro caso, de uma longa série de casos de cegueira que acabam sendo identificados como uma epidemia pelo governo. A situação faz com que as pessoas que foram contaminadas sejam isoladas em quarentenas, que percebem-se completamente ignoradas pela sociedade, sem comida ou cuidados médicos, levadas ao limite da essência humana. Misteriosamente, uma única mulher que está na quarentena não é infectada, tornando-se quase como uma mãe.
Em mim ficou marcada a impressão de que ao perder um simples sentido(taxo de simples porque embora a visão seja de suma importância, a falta dela supostamente não deveria influenciar tanto o código de conduta) toda a noção de moral e de decência de uma sociedade é capaz de ser destruída. Esta conclusão vai ao encontro de outros posts do blog em que afirmo que nosso valores são embasados por pilares desconhecidos e ao mero ruir de um deles, podemos nos encontrar diferentes do que achavamos ser.

"Uma coisa que não tem nome, esta coisa é o que nós somos."(Ensaio sobre a Cegueira)



Nota: Já comecei a leitura do segundo livro do mês. "Quando Nietzche chorou", de Irvin D. Yalom. Dentro do prazo de mais ou menos dez dias, posto o o comentáro sobre a obra.

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